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segunda-feira, 24 de junho de 2013

A canção da bruxa



Que eu seja como a que tece o pano na floresta,profundamente escondida.

Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção.

Que eu seja uma exilada, se este é o sacrifício.

Que eu conheça a procissão sazonada do meu espírito e do meu corpo, e possa celebrar os quartos em cruz, solstícios e equinócios.

Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima,nas árvores desenhadas no céu luminoso.

Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos.

Que eu possa liberta-las, sem apanhar nenhuma, para viver em abundancia.

Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio.

Que sejamos inocentes e despretensiosos.

Que eu seja capaz de gratidão. Que eu saiba ter recebido a alegria, como o leite materno.

Que eu saiba isso como o meu gato, no sangue e nos ossos.

Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor, em canções que soem como o aroma do alecrim, como todo o dia e na antiguidade, erva forte da cozinha.

Que eu não me incline a auto-intefridade e a auto-piedade.

Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos circulos de pedra,como raposa ou mariposa, e não perturbar o lugar mais que isso.

Que meu olhar seja direto e minha mão firme.

Que minha porta se abra aqueles que habitam fora da riqueza, da fama e do privilégio.

Que os que jamais andaram descalços não encontrem o caminho que chega a minha porta.

Que se percam na jornada labiríntica.

Que eles voltem.

Que eu me sente ao lado do fogo no inverno e veja as chamas brilhando para o que vier, e nunca tenha necessidade de advertir ou aconselhar, sem que me pecam.

Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo.

Que o lugar onde habito seja como uma floresta.

Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e flores, animais e pássaros, todos conhecidos e por mim reverenciados com amor.

Que minha existência mude o mundo não mais nem menos do que o soprar do vento, ou o orgulhoso crescer das árvores.

Por isso, eu jogo fora a minha roupa.

Que eu possa conservar a fé,sempre!

Que jamais encontre desculpas para o oportunismo.

Que eu saiba que não tenho opção,e assim mesmo escolha como a cantiga é feita,em alegria e e com amor.

Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo.

Quando falhar, que eu me conceda o perdão.

Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.

(Rae Beth)

VASO MENSTRUAL


O ato de alimentar a Terra com o próprio sangue menstrual é uma prática muito antiga, utilizada pelas culturas ancestrais da Deusa como uma oferenda capaz de abençoar e nutrir toda a vida.

Nas culturas baseadas na Terra, era a mulher quem conferia fertilidade ao solo deixando seu sangue menstrual fluir em direção ao chão, enquanto caminhavam nuas pelos campos, arados e bosques.

O ato de oferecer o sangue menstrual à Terra é uma poderosa ferramenta mágica capaz de despertar o poder interior da mulher e reconectá-la com a força de sua ancestralidade feminina e natureza.

Quando a mulher presenteia a Terra com o seu sangue, que é sua energia vital, a Terra retribui este ato com bênçãos ilimitadas devolvendo a mulher sua dignidade, força e poder, despertando paulatinamente a Bruxa que reside em seu interior.

Com o padrão de pensamento moderno e seus valores não é apropriado que as mulheres saiam por ai nuas para entregarem seu sangue à Terra e poucos são os lugares isolados da natureza onde isso possa ser feito com segurança e tranqüilidade.

 Assim sendo, este antigo ritual toma uma nova forma com o uso do Vaso Menstrual.

O Vaso Menstrual torna-se então um outro utensílio utilizado para a celebração dos Mistérios do Sangue. Ele é um pequeno vaso de barro com tampa que será usado durante a vida da mulher para servir de receptáculo de sua oferenda mensal à Terra. 

O Vaso Menstrual é na realidade um acessório auxiliar moderno para que a mulher continue a doar seu sangue para a Terra, adaptando tal preceito à modernidade. 

Nele a mulher dissolverá em água o sangue menstrual recolhido em seu absorvente.

 Esta água deverá ser posteriormente despejada aos pés de uma planta ou árvore na natureza, para que assim a Terra seja novamente nutrida com o sangue da mulher e possa ser curada, abençoando a todos com sua cura.

Durante os meses que antecedem a primeira menstruação de uma garota, tradicionalmente, ela e sua mãe decoram um vaso de barro com símbolos ligados à Deusa e a fertilidade.

 Isto é uma forma de personalizar o vaso e também conferir mais poder mágico ainda a ele.

O tempo utilizado para a decoração do utensílio torna-se um momento onde mãe e filha podem estreitar ainda mais seus laços. 

Ele também pode ser utilizado para a mãe enfatizar as responsabilidades da mulher sobre o seu próprio corpo e escolhas.
Alguns símbolos apropriados para a decoração do vasos podem ser:
Triskle
Ankh
Ouroboros
Yoni
Triluna
Triquerta
Espiral
Vesica Piscis
Espelho de Afrodite
Berkana
Crescente Lunar

Não só estes como quaisquer outros símbolos apropriados podem ser utilizados na decoração do Vaso Menstrual.

 O importante é deixar a criatividade falar mais alto, para que a decoração do Vaso torne-se única, especial.

 Tradicionalmente o Vaso deverá ser entregue à garota no dia de sua Menarca, como um presente ritual.

O Vaso menstrual é somente um dentre os muitos artefatos utilizados pela mulher para celebrar seu ciclo menstrual, que inclui colar e altar menstrual além de meditações e harmonizações com os eu ventre.

Há uma discrição em detalhes com o trabalho com o vaso menstrual no livro
"RITOS DE PASSAGEM- CELEBRANDO NASCIMENTO, VIDA E MORTE NA WICCA". 

Lá é possível encontrar todo o contexto religioso, ritual e psicológico que envolvem os ritos de passagem , além de como celebrar as passagens da vida e criar objetos de poder para marcar cada uma dessas fases.

Muitos dos Rituais descritos no livro requerem uma comunidade, um Coven, um Grove, uma família e/ou pessoas que estejam prontas para vivenciá-los. 

Se isso não for possível você terá que adaptar os rituais às suas necessidades.

Assim, a mulher que não teve a oportunidade de celebrar sua Menarca poderá fazer isso pela primeira vez em sua vida, talvez no primeiro dia de sua menstruação após seu próximo aniversário, por exemplo.

É assim mesmo.
Quando não há a possibilidade de fazer o ritual como é mencionado no livro, você pode e
 deve adaptá-lo às suas necessidades.

Nada impede uma pessoa que não tenha uma mãe Pagã de confeccionar o seu vaso e colar menstrual sozinha, sacralizá-lo e pedir as bênçãos da Deusa, que é a Mãe de todos nós, para que seus objetos sagrados menstruais sirvam de conexão com Ela, com as Ancestrais do mundo e com toda a vida.

Rituais mais elaborados com mães e uma comunidade Pagã inteira, como demonstrados no livro, são muito bonitos e profundos mas nem sempre viáveis. 

Se você tiver uma comunidade que pode auxiliá-la a realizar esse tipo de rituais, ótimo. Se não tiver, é melhor celebrá-los sozinha do que não celebrá-los. 

O significado dos ritos de Passagem vai muito além de sua relação com a sociedade, ele fala de sua relação com a vida. 

Sacralizar seu vaso e colar mestrual de forma simples com os 4 elementos é mais que suficiente para abençoá-los e colocá-los em um estado energético apropriados para serem utilizados a partir de então
.

domingo, 23 de junho de 2013

Yule ( Solstício de Inverno )


A Roda do Ano (orientação Sul) gira mais um pouco... dia 21 de junho é a maior noite do ano e marca o Renascimento simbólico do Deus Solar, que havia morrido em Samhaim.


Deusa Invernal grávida do Deus Solar-menino.

Yule significa "Roda" em Noruguês, é o festival do Solstício de Inverno, que no Hemisfério Norte é comemorado por volta de 21 de dezembro. 

Esse é um dos festivais mais universalmente celebrados, e nos países nórdicos, o mais importante, pois comemora o nascimento do deus-Sol menino do útero da Noite. 

Yule também é conhecido como o Festival das Luzes, por todas as velas acesas nessa noite. 

Na antiga Roma, era chamado de Natalis Solis Invicti - "Nascimento do Sol Invicto" - e ocorria durante o festival mais longo da Saturnalia, o maior festival do ano, do qual herdamos a nossa imagem do Ano-Novo, o velho Pai do Tempo (Saturno) com a sua foice.

 Yule é oposto a Litha e, embora a ênfase agora esteja no recém-nascido deus-Sol, a Mãe Terra ainda é honrada como a Madonna (mãe com filho no colo).

Yule foi o primeiro festival pagão a ser cristianizado, em 354 d.C., quando o nascimento de Jesus (originalmente no final de setembro) foi oficialmente transferido para o Solstício de inverno e denominado Natal.

 Os muitos costumes associados a Yule (velas, árvores decoradas, bolo de Natal, guirlandas, decorações com pinhas, troca de presentes, brindes e canções, máscaras, visco, "enfeitar o salão com maços de azevinho", etc.) são todos pagãos e oferece uma rica coleção de material para nossas celebrações contemporâneas. 

Não há registro de cristãos que decorassem a casa com sempre-vivas, azevinho, hera e árvores de "Natal" antes de 1605. Para os antigos, isso simbolizava a eterna vida da Natureza, já que essas plantas eram as únicas que permaneciam verdes durante o inverno. 

Esses costumes pagãos foram proibidos aos cristãos, mas, em 1644, eles haviam se difundido tanto que foram proscritos na Inglaterra por um ato do Parlamento.

Para nós do Hemisfério Sul, comemorar Yule nessa época do ano é controverso, uma vez que o ciclo das estações é invertido e parece que estamos celebrando o Natal seis meses antes. 

No entanto, os Sabbats da Roda do Ano são um meio de se conectar com as grandes energias sazonais da Natureza ao nosso redor, e seria bem mais estranho comemorar Litha - Solstício de Verão(se seguíssemos a Roda do Norte) em pleno Inverno! 



O importante é não deixar essa data tão importante passar despercebida, logo, nesta próxima segunda reúna seus amigos e realizem um belo ritual!

Também conhecido como Natal, Ritual de Inverno, Meio do Inverno, Yule e Alban Arthan, o Sabbat do Solstício do Inverno é a noite mais longa do ano, marcando a época em que os dias começam a crescer, e as horas de escuridão a diminuir. é o festival do renascimento do sol e o tempo de glorificar o Deus.

Nesse Sabbat os Bruxos dão adeus à Grande Mãe e bendizem o Deus renascido que governa a "metade escura do ano". Nos tempos antigos, o Solstício do Inverno correspondia à Saturnália romana (17 a 24 de dezembro), a ritos de fertilidade pagãos e a vários ritos de adoração ao sol.

Os costumes modernos que estão associados ao dia cristão do Natal, como a decoração da árvore, o ato de pendurar o visco e o azevinho, queimar a acha de Natal, são belos costumes pagãos que datam da era pré-cristã. (O Natal, que acontece alguns dias após o Solstício de Inverno e que celebra o nascimento espiritual de Jesus Cristo, é realmente a versão cristianizada da antiga festa pagã da época do Natal.)

A queima da acha de Natal originou-se do antigo costume da fogueira de Natal que era acesa para dar vida e poder ao sol, que, pensava-se, renascia no Solstício do Inverno. 

Tempos mais tarde, o costume da fogueira ao ar livre foi substituído pela queima dentro de casa de uma acha e por longas velas vermelhas gravadas com esculturas de motivos solares e outros símbolos mágicos.

 Como o carvalho era considerado a árvore Cósmica da Vida pelos antigos druidas, a acha de Natal é tradicionalmente de carvalho. 

Antigamente as cinzas da acha de Natal eram misturadas à ração das vacas, para auxiliar numa reprodução simbólica, e eram espargidas sobre os campos para assegurar uma nova vida e uma Primavera fértil.


Pendurar visco sobre a porta é uma das tradições favoritas do Natal, repleta de simbolismo pagão, e outro exemplo de como o Cristianismo moderno adaptou vários dos costumes antigos da Religião Antiga dos pagãos.

 O visco era considerado extremamente mágico pelos druidas, que o chamavam de "árvore Dourada". 

Eles acreditavam que ela possuía grandes poderes curadores e concedia aos mortais o acesso ao Submundo. 

Houve um tempo em que se pensava que a planta viva, que é na verdade um arbusto parasita com folhas coriáceas sempre verdes e frutos brancos revestidos de cera, era a genitália do grande deus Zeus, cuja árvore sagrada é o carvalho.

O significado fálico do visco originou-se da idéia de que seus frutos brancos eram gotas do sêmen divino do Deus em contraste com os frutos vermelhos do azevinho, iguais ao sangue menstrual sagrado da Deusa.

A essência doadora de vida que o visco sugere fornece uma substância divina simbólica e um sentido de imortalidade para aqueles que o seguram na época do Natal. Nos tempos antigos, as orgias de êxtase sexual acompanhavam freqüentemente os ritos do deus-carvalho; hoje, contudo, o costume de beijar sob o visco é tudo o que restou desse rito.

A tradição relativamente moderna de decorar árvores de Natal é costume que se desenvolveu dos bosques de pinheiro associados à Grande Deusa Mãe. As luzes e os enfeites pendurados na árvore como decoração são, na verdade, símbolos do sol, da lua e das estrelas, como aparecem na árvore Cósmica da Vida. 

Representam também as almas que já partiram e que são lembradas no final do ano. 

Os presentes sagrados (que evoluíram para os atuais presentes de Natal) eram também pendurados na árvore como oferendas a várias deidades, como Attis e Dionísio.

Outro exemplo das raízes pagãs das festas de Natal está na moderna personificação do espírito do Natal, conhecido como Santa Claus (o Papai Noel) que foi, em determinada época, o deus pagão do Natal. 

Para os escandinavos, ele já foi conhecido como o "Cristo na Roda", um antigo título nórdico para o Deus Sol, que renascia na época do Solstício de Inverno.

Colocar bolos nos galhos das macieiras mais velhas do pomar e derramar sidra como uma libação consistiam num antigo costume pagão da época do Natal praticado na Inglaterra e conhecido como "beber à saúde das árvores do pomar".

 Diz-se que a cidra era um substituto do sangue humano ou animal oferecido nos tempos primitivos como parte de um rito de fertilidade do Solstício do Inverno. 

Após oferecer um brinde à mais saudável das macieiras e agradecer a ela por produzir frutos, os fazendeiros ordenavam às árvores que continuassem a produzir abundantemente.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat do Solstício do Inverno são o peru assado, nozes, bolos de fruta, bolos redondos de alcaravia, gemada e vinho quente com especiarias.

Incensos: louro, cedro, pinho e alecrim.
Cores das velas: dourada, verde, vermelha, branca.
Pedras preciosas sagradas: olho-de-gato e rubi.
Ervas ritualísticas tradicionais: louro, fruto do loureiro, cardo santo, cedro, camomila, sempre-viva, olíbano, azevinho, junípero, visco, musgo, carvalho, pinhas, alecrim e sálvia.