Seja bem-vindo !!!

Seja bem-vindo !!!

sábado, 26 de maio de 2012

A sexualidade das mulheres celtas


A beleza das mulheres celtas foi decantada pelos autores clássicos.
Seu ar imponente, suas vestes e adereços deveriam fazer delas uma visão sem dúvida formidável aos olhos de gregos e romanos.


Orgulhosas, elas usavam jóias em ouro, contas e pedras preciosas, e a igualdade de direitos lhes dava ainda mais força. 

A sexualidade não era algo de que os celtas se envergonhassem, pelo contrário: nas palavras de Diodorus Siculus, "elas geralmente cedem sua virgindade a outros e isto não é visto como uma desgraça: pelo contrário, elas se sentem ofendidas quando seus favores são recusados". 

Jean Markale em seu livro La Femme Celte. Mythe et Sociologie nos explica que a sexualidade – principalmente a feminina -, era tratada com naturalidade, pois ela é inerente a natureza humana e não podia ser reprimida o que infelizmente, a partir do século V com a chegada do bispo Patrício e do cristianismo passou a receber a conotação pecaminosa, conceito imposto pelo cristianismo. 

Numa sociedade onde a mulher é senhora de seu próprio corpo – ela percebe em si os ciclos da natureza, ela dá à luz homens e mulheres e, sabe que o seu corpo é a fonte de seu prazer como a de seu companheiro. 

Há um grau de liberdade muito grande entre os celtas, já que a mulher pode dispor de seus bens, pode divorciar-se e pode ou não aceitar as concubinas do marido, podendo ela também – 
dependendo de sua riqueza e posição social manter amantes.

Na sociedade Celta, são atribuídas à mulher três funções: ela é a Transformadora, a Iniciadora e a Finalizadora. 

É pela liberdade de poder vivenciar a sua sexualidade que ela pode:
Transformar: a vida, dando à luz e dando prazer a si e ao seu companheiro; 

Iniciar: nas artes divinatórias, nas práticas sexuais e por fim ser a
Finalizadora: a que faz chegar ao prazer e a que conduz ao outro mundo.

A consciência do próprio corpo – o conhecimento profundo de cada parte, de cada ciclo, de cada ponto onde se pode obter prazer – era comum entre as mulheres celtas que quando sentiam desejo por um homem, lhe ofereciam prazerosamente, a "amizade de suas coxas".

Mas toda essa liberdade para amarem e viverem em plenitude a sua sexualidade advém de uma consciência e uma responsabilidade para consigo e para com os outros membros de sua comunidade,o que contrasta com a repressão vivida pelas mulheres ocidentais hoje. 

A circularidade e visibilidade da mulher na sociedade celta eram naturais o que provavelmente chocou os cristãos que trataram de impor os seus conceitos: virgindade indispensável e repressão dos desejos e instintos sexuais femininos. 

Toda essa vivência é definida por Markale que resume e define a mulher celta e a sua sexualidade desta forma: 

"Se a mulher ocidental moderna não é livre, Isolda, Grainné e Deirdré eram mulheres livres. A mulher celta era livre porque agia com plena consciência de suas responsabilidades. E sendo livres eram capazes de amar, pois o amor era um sentimento que escapava a todas as contrariedades e a todas as leis surgidas da razão, sendo livres podiam amar."

Estas eram razões mais que suficientes (entre outras...)para o catolicismo não aceitar a religião celta, pois sendo uma religião descendente do tronco Judaico colocava a mulher como algo inferior, responsabilizando-a pela queda do homem, pela perda do paraíso. Na realidade o lado esotérico da religião hebraica baniu o elemento feminino já desde a própria Trindade. Todas as Trindades das religiões antigas continham um lado feminino, à excepção da hebraica.

A Igreja Católica, derivada do hebraísmo ortodoxo, também mostrou ser uma religião essencialmente machista e como tal lhe era intolerável a admissão de uma Deusa Mãe, mesmo que esta simbolizasse a própria natureza, tanto que para Igreja Católica, “seu” Deus é uma figura masculina.

Mesmo que o Catolicismo assumisse uma posição machista isto não foi ensinado e nem praticado por Jesus. Ele na realidade valorizou bem a mulher e, por sinal, existe um belíssimo evangelho apócrifo denominado "O Evangelho da Mulher". Também nos primeiros séculos do Cristianismo a participação feminina era bem intensa. 

Entre os principais livros do Gnosticismo dos primeiros séculos, conforme consta nos achados arqueológicos da Biblioteca de Nag Hammadi consta o Evangelho de Maria Madalena mostrando que os evangelistas não foram apenas pessoas do sexo masculino.

Sabe-se que o papel de subalternidade do lado feminino dentro do Cristianismo foi oficializado a partir do I Concilio de Nicéia no ano 325. Aquele concílio, entre outras intenções visou o banimento da mulher dos actos litúrgicos da igreja. Ela só podia participar numa condição de subserviência.

Na sociedade celta existiam as sacerdotisas que exerciam um papel mais relevante que a dos sacerdotes e magos. Naturalmente os celtas eram muito apegados à fertilidade, ao crescimento da família e ao aumento da produção dos animais domésticos e dos campos de produção e isto estava ligado directamente ao lado feminino da natureza.

Também a mulher é mais sensitiva do que o homem no que diz respeito às manifestações do sobrenatural, do lado sagrado da vida, portanto é obvio que elas canalizassem mais facilmente a energia nos cerimoniais, que fossem melhores intermediárias nas cerimónias sagradas. 

Sabemos que foi através da Mulher que os povos Celtas se organizaram. Algumas mulheres, sentindo em si mesmas o Espírito dos seus Ancestrais e dos Deuses divulgaram essa Mensagem tornando-se Voluspas. 

Leitora do Oráculo e seu eco místico, a Mulher tornou-se legisladora e, com isso, poderosa: a voz da Voluspa era a voz Divina que vinha do ventre da Terra e ecoava por todo o sistema cósmico.

8 comentários:

  1. Jesus foi um homem pleno e consciente de sua totalidade.Por isso sua relação com o ser feminino foi admiravél também e infelizmente esta religião construída sobre uma fé linda deturpou tudo.
    "A Igreja Católica tornou-se a única organização em que se exige um pênis para o trabalho,mas,uma vez conseguido o trabalho,você não pode mais usá-lo!" Triste as religiões...e parabéns por este post!

    ResponderExcluir
  2. Um belo texto que nos faz refletir sobre a importância da mulher e sobre a interferência da religião na humanidade.

    ResponderExcluir
  3. Muito interessante a valorização da mulher por esse lado.parabens viu!!

    ResponderExcluir
  4. Muito bom esse texto, relata a maturidade e o direito da mulher.

    ResponderExcluir
  5. As celtas não era escolhida pelo homem ela que escolhia o seu homem. Assertivas e uma verdadeira Lillit. Possuíam forças físicas e espirituais.

    ResponderExcluir