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sexta-feira, 11 de abril de 2014

As Senhoras do Destino (Moiras , Parcas e Nornes )


Fiar e tecer são antigas artes mágicas femininas e aparecem nos mitos de várias deusas como expressão dos Seus poderes proféticos, criativos e sustentadores dos ciclos lunares, das estações e da vida humana.

 Tendo o fuso como símbolo de poder, a Deusa como Fonte Criadora controlava e mantinha a ordem cósmica, os ciclos naturais e a continuidade do mundo.

 Fiar é um processo cíclico assim como também é a alternância das fases lunares, das estações, da vida e da morte, do início e do fim. 

Inúmeros mitos descrevem deusas tecendo com fios sutis o céu, o mar, as nuvens, o tempo, os elementos da natureza, os ciclos e os destinos dos seres humanos. 

Na mitologia grega, as moiras eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos.

Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos.

 Durante o trabalho, as moiras fazem uso da roda da fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios. 

As voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada ( o topo) ou em sua parte menos desejável ( o fundo), explicando assim os períodos de boa ou má sorte de todos.

 As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmessis e as Erínias.

Pertenciam à primeira geração divina ( os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deuses e homens.

As moiras eram filhas de Nix.

Moira, no singular, era inicialmente o destino.

 Na Ilíada, representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica. Na Odisséia aparecem as Fiandeiras. 

O mito grego predominou entre os humanos a tal ponto que os nomes das divindades caíram em desuso. 

Entre eles eram conhecidas por Parcas, chamadas de Nona, Décima e Morta, que tinham respectivamente as funções de presidir a gestação e o nascimento, o crescimento e desenvolvimento, e o final da vida; a morte; entretanto, era apenas sobre os humanos.

Os poetas da antigüidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas.

Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas.

 As moiras eram chamadas também de Cloto, em grego significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécate. Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.

Láquesis, em grego, significa "sortear", puxava e enrolava o fio tecido.

 Láquesis atuava junto com Tique, Pluto e Moros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.


Átropos, em grego, significa "afastar", ela cortava o fio da vida. Átropos, juntamente a Tânatos, Queres e Moros determinavam o fim da vida.

As Senhoras do Destino de várias tradições - conhecidas como as Parcas gregas, as Moiras romanas, as Nornes nórdicas ou as Rodjenice eslavas - tinham como símbolo mágico o fuso, a roda de fiar, os fios e a tessitura. 


Elas fiavam, mediam e cortavam o fio da vida, entoando canções que prediziam os destinos dos recém nascidos e apareciam como deusas tríplices ou tríades de deusas idosas, envoltas por mantos com capuz ou vestidas de branco, preto ou com idades diferenciadas pelas cores das suas roupas (branco, vermelho, preto).

As tríades fiandeiras Moiras (gregas), Parcas (romanas) e Nornes (nórdicas) eram ao mesmo tempo poderosas e terríveis, normalmente representadas nas figuras da virgem, da mãe e da anciã (Tríplices Deusas).

 Entre as Nornes, a virgem Skuld era a responsável pelas profecias e adivinhações, a guardiã do futuro, assim como Nona (grega) a que tece o fio da vida, cabendo as duas outras, a tarefa de manter e cortar o fio da vida. 

Os meses do calendário atual foram adaptados do antigo calendário lunar. 

Para os romanos, eram chamadas de Parcas e o significado do nome das Parcas vem do verbo parir, dar à luz.

A gravidez humana dura nove luas e não nove meses.

 Portanto, a Nona lua, é a Parca que tece o fio da vida no útero materno.

No antigo calendário romano, Dezembro era o décimo mês chamado de Decem, uma homenagem à deusa Décima, uma das Senhoras do Destino.

 A Décima lua, é a do nascimento, o cordão umbilical sendo cortado, o começo de uma vida terrena. 

Morta, é a Parca que preside a outra extremidade da vida, o próprio fim que pode acontecer a qualquer momento.

 Conta-se que elas eram cegas.

Na Índia, a trindade de Shaktis: Saraswati, Lakshimi e Kali encarnam estas energias. Na África encontramos as Ìyá Mi Osorongà, as mães feiticeiras, como as senhoras do destino. 

Entre as Deusas tecelãs, a anciã Ixchel, Deusa Maia da lua, que tecendo no seu tear de cintura, é capaz de conceder respostas a seus discípulos em peregrinação ao seu oráculo situado numa ilha distante da costa. 

E a Deusa indígena hopi Kokyang Wuhti, conhecida também como mulher -aranha, que através do seu dom profético protege e auxilia todos seres.

Para servir precisa abrir o coração com a vontade de contribuir com a beleza, a plenitude e a alegria do trabalho bem feito, em benefício de outras irmãs e da Terra, oferecendo à Deusa a sua gratidão e o seu amor, sem esperar em troca reconhecimento, recompensas ou sucesso, com a certeza de ter cumprido a sua missão espiritual e evolutiva nesta encarnação.

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